segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

FIm

E tudo acaba assim.

Não olhe para trás.

Midia e Poder

Um semestre inteiro sob a matéria Mídia e Poder e o que aprendi? Bem, aprendi poucas coisas, confesso, mas todas elas foram voltadas para a forma com que vejo e analiso a realidade ao meu redor. Respostas eu não tive, mas isso somente me agradou. O curso inteiro, ao final, foi voltado a ensinar ao aluno que existe sempre mais de uma forma da enxergar a mesma coisa. A visão múltipla, epistêmica, ao mesmo tempo que impede que a análise de alguma coisa seja monótona, impede também, ao mesmo tempo, que ela seja desconexa. Vários pontos de vista se unem para formar um ponto mais conciso e inteligente. Porém, nunca um ponto final. Quando se matricula em uma matéria chamada Mídia e Poder, espera-se um curso voltado a demonização das mídias de massa, um curso que condene os grandes meios e os culpe pela banalização e manipulação da população. Ou que faça o oposto, que louve tal aitude. Mas nunca espera-se um curso que lhe mostre o óbvio: Mídia é meio, o que importa é quem controla esse meio; é a pessoa por trás da cortina. Como crítica ao curso, reclamo da duração do mesmo. Não há tempo para se aprofundar nos assuntos do jeito certo. Tudo acaba meio atropelado e, quando vemos, mais uma aula se passou. Não sei se dividir o curso em duas matérias seria uma solução, ou cortar algumas aulas, para se aprofundar em outras. Só sei que saí de muitas aulas querendo falar e, acredito eu, isto represente um saldo positivo.

1984 - O segundo seminário




Após o termino do primeiro seminário, nos reunimos e começamos a desenhar as diretrizes para o segundo. O tema, como já foi dito, era o livro 1984 de George Orwell. As idéias sobre o que (e como) apresentar eram muitas, e os debates foram muitos até que chegamos a um consenso de que apresnetaríamos uma dramatiação passada dentro do universo de 1984, porém, com retoques brasileiros. O cronograma foi acertado e seguido na medida do possível. Os encontros foram muitos: redação, ensaios, filmagens, locuções, fotografias. Fizemos uma produção até grandiosa para o que se esperava de um seminário, e o resultado, mais um vez, foi compensador. Ao final, nossa apresentaçào foi dividida em 4 partes: A encenação da esquete "Cotidiano", que retratava alguns framentos da vida de um casal em 1984; uma breve colocação sobre a obra e o autor, feita para situar a classe do que havia sido apresentado; uma reportagem de rádio feita pela equipe contando o caso da menina Eloá de forma distorcida pelo Ministério da Verdade, onde a garota era retratada como a vilã da história; e a abertura para a discussão, onde, de acordo com a minha opinião, tivemos um dos momentos mais agradáveis do curso.

1984 fala sobre uma sociedade controlada e manipulada pelo governo. O mundo em que se passa a história é dividido em 3 países: Eurásia, Lestásia e Oceania (onde vive nosso personagem principal, Winston Smith). Os três países vivem em guerra um com o outro, sendo que no início do livro, a Oceania está em guerra com a Eurásia, porém, de uma hora para a outra, o inimigo deixa de ser a Eurásia e passa a ser a Lestásia. Tudo isso é possívl graças ao controle que o governo exerce sobre a opinião pública e a uma coisinha chamada duplipensar. Que significa, nas palavras do próprio autor:

"Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da Democracia e que o Partido era o guardião da Democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra "duplipensar" era necessário usar o duplipensar."
Outra arma do governo era a Novilíngua, um idioma ainda em construção, mas que, quando estivesse pronto, impossibilitaria qualquer manifestação contrária ao governo. Isso era conseguido ao se retirar palavras e expressões, reduzindo o poder comunicacional. Aliás, a comunicação é a forte arma do governo, em 1984. Presentes em todas as casas estavam Teletelas, uma espécie de televisão que recebe e envia imagem, aumentando ainda mais o controle do governo.

A trama de 1984 gira em torno da rebelião interna de Winston, que começa a questionar o governo e encontra alguns aliados dentro de sua jornada. É então mostrado todo o poder de um governo totalitarista e todo o dano que ele causa no individualismo e na satisfação pessoal.

1984 foi escrito como um aviso por Geroge. Em 1948, ano em que foi escrito, o mundo acabava de ter saído da mais sangrenta das guerras até o momento, e as supernações pareciam emergir. A sombra da Guerra Fria já se espalhava pelo mundo e era muito fácil imaginar que o mundo se tornaria um eterno campo de Guerras Mundiais. Apesar de falar sobre um futuro imaginável, George falava sobre seu momento, falava sobre o que via e sobre o que seria um futuro caso o mundo seguisse daquela forma.

Alguns dirão que é claro que George estava enganado. Não vivemos em ditaduras. Não somos controlados pelos governos totalitaristas. Cada homem e cada mulher é livre para decidir o que desejam para as suas vidas. Porém, não seria o mercado, as grandes indústrias, os governos totalitários e tiranos de nossos dias?

Pense bem, nós consumimos mais do que desejamos, aliás, consumimos o que querem que desejamos. Somos escravos de tendências, de padrões, de marcas e produtos. Somos controlados por essas marcas e produtos e não nos parece haver saída disso. Mas eu sou livre, compro o que quero, pode dizer algum. Ele estará certo, desde que não se esqueça de vestir sua calça jeans velha e desbotada. Não precisamos de guerras para aquecer a economia, temos a coleção primavera-verão, para isso. Ao lermos 1984, nos chocamos com a realidade em que os personagens vivem, mas nos esquecemos de que essa realidade não é chocante para eles, que vive nela. Há muita coragem e muita força de vontade no personagem principal para questionar o meio em que vive e rebelar-se. Quem sabe se um morador da Oceania viesse nos visitar em nossa sociedade, se ele não sentiria aquilo que sentimos por ele: dó.

O Grande Companheiro cuida de vós!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dancing with myself

Post escrito em 19/11/2006 para o blog nonameshideout.com

O grande problema dos dias de hoje é a velocidade e a disponibilidade das informações. Todas as verdades do universo estão a disposição em qualquer livraria, cinema, igreja ou boteco. Nós sabemos tudo em teoria, mas o que realmente aplicamos? Muito pouca coisa. Somos rodeados por tanto “som e fúria” que não passamos tempo suficiente em contato com uma verdade. Ao final, tudo vira jargões e frases feitas: uma sociedade formada por livros de auto-ajuda.

Uma dessas verdades que me bateu a porta recentemente foi a do amor próprio. É aquela que diz mais ou menos isso: antes de podermos amar alguma pessoa, devemos amar a nós mesmos. Não vou perder tempo explicando a frase, todo mundo já sabe o que ela quer dizer. O amor próprio é importante e pronto e quando você perceber que quanto mais você se amar (sem se tornar narcisista, é claro), mas ficará bonito, atraente, confiante ou simplesmente (e mais importante) feliz.

Agora vá até o espelho e sorria, aceite-se porra! Ame-se (mas sem pensar besteira, isso é bem melhor acompanhado).

Beijos!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Gazeta Esportiva.Net - O primeiro seminário

Os três trabalhos que nos foram passados logo no início da matéria Mídia e Poder foram 2 seminários e a confecção de um blog. O primeiro seminário teria 40 minutos e um tema livre. O segundo teria uma hora e meia e teria como tema uma das 4 obras selecionadas pelo professor Dimas: Admirável Mundo Novo, 1984, Cidadão Kane e A Montanha dos Sete Abutres. O trabalho era em grupo, e os grupos foram formados se baseando em uma das quatro obras que alguém escolhia. Eu escolhi 1984 e meu grupo ficou com umas 12 pessoas: o maior grupo da classe.

Eu sou do tipo de pessoa que não acredita em trabalho em grupo. Pelo menos não no trabalho de 12 pessoas em conjunto. Quem faz bolo sabe que quanto mais gente, pior o resultado. É claro que, ao final, não foram todas as pessoas que participaram de ambas as apresentações (apesar de algumas terem se dedicado muito nas duas), mas confesso que fiquei assombrado com a quantidade de gente trabalhando em equipe e com os resultados maravilhosos que atingimos.

O primeiro seminário, o de tema-livre, foi a respeito do jornal esportivo A Gazeta Esportiva, que tem sua redação no próprio prédio da faculdade. O principal motivo para termos escolhido esse tema foi a facilidade de conseguirmos as informações necessárias. Isso acontece porque um dos membro do nosso grupo, o Erick, é Editor-Executivo do jornal. Coisa básica.



Apesar de ter sido escolhido pela facilidade, o tema foi bastante pertinente com a proposta da matéria. Afinal, o jornal foi originalmente impresso, ficando assim por umas dezenas de anos, em 10 de outubro de 1947, mas passou a ser apenas virtual em 21 de novembro 2001, após um período de alguns anos de existência impressa e virtual. Falamos assim sobre a necessidade de adaptação midiática e sobre as tendências da mesma. No caso da Gazeta Esportiva, a transição não foi apenas uma jogada para cortar custos, aumentando o lucro, mas sim uma necessidade para manter o jornal vivo. Hoje a Gazeta Esportiva é um dos sites esportivos mais importantes do Brasil, sendo vencedor de diversos prémios e um dos poucos (se não o único) que envia reporteres diretamente aos eventos, cobrindo de forma exclusiva a maioria dos eventos esportivos. Essa capacidade de cobertura fez com que fosse criada a Gazeta Press, uma agência de notícias esportivas que vende textos e imagens para outras redações que as queira comprar. Apesar disso, o processo de transição foi bem complicado e a redação teve que ser enxugada de 138 para 40 funcionários.



Nosso trabalho foi divido em duas partes, a parte que falava do impresso e a parte do virtual. Resolvemos fazer tudo com vídeos e imagens estáticas, evitando o máximo de palestra possível. Isso foi feito para quebrar um pouco dos padrões dos trabalhos apresentados em classe, mas confesso que também teve um pouco de timidez dos integrantes do grupo. A parte impressa foi apresentada na forma de um telejornal, apresentada pelo próprio Erick. A parte impressa foi feita com uma apresentação de imagens, tipo slide, e foi narrada pelo Roberto. Após isso, conseguimos a presença do ilustr jornalista Chico Lang, que relatou um pouco sua vida como jornalista de jornal impresso e de jornal on-line. Uma das coisas mais estranhas que ele disse foi que a grande diferença entre o jornalismo impresso e de virtual é que no segundo, os texto tem que ser mais concisos e menores. Eu sempre pensei que fosse o oposto, umaa vez que bits são bem mais baratos do que dpis. Mas ele me convenceu do contrário: quem lê notícias na internet precisa de coisas rápidas, afinal são muitos textos para ler e qualquer informaçào que se prolongue demais se torna cansativa. Novamente é a lei de mercado: quando a oferta é grande, a qualidade deve aumentar. E, no caso do jornalismo, qualidade é informar com a maior eficiência possível. Ou seja, com o menor número de palavras que for possível. É claro que isso se aplica para textor jornalísticos apenas. Caso contrário, eu teria acabado de cometer suicídio. Ao final do discurso do Chico, foi aberto para perguntas e ele respondeu algumas com seu bom humor e carisma.

A apresentação, em minha opinião, foi um grande sucesso. Foi bem trabalho, confesso. Eu fiz a edição dos vídeos com a Paty e o Erick e ficamos mais de 8 horas editando um vídeo de 15 minutos. O resultado compensou e o grupo inteiro ficou muito satisfeito.

No próximo post vou falar um pouco sobre o segundo seminário: 1984! O Grande Companheiro Olha por Vós!